Olá meus queridos leitores... hoje escolhi um texto bem bacana que fala como devemos estimular a criatividade de nossas crianças. O texto também explica porque isso é importante.
Como defendo muito que as crianças devem brincar achei esse texto muito pertinente.
Vamos lá...
De acordo com a psicóloga e psicoterapeuta infantil Margot
Sunderland, a brincadeira é a principal forma de desenvolvimento da
curiosidade, da motivação e do impulso exploratório das crianças. A
pesquisadora inglesa reuniu os argumentos sobre a importância de brincar no
livro “The Science of Parenting”, de 2008.
Segundo ela, experiências interessantes ajudam a ativar
energicamente o “sistema de busca”, que dá base à capacidade criativa. Essas
habilidades ajudam a criança a se relacionar bem com as pessoas, a conhecer
lugares, se aventurar sem inseguranças e a superar obstáculos com determinação.
As crianças que permanecem paradas, estáticas por muito tempo, não têm o seu
sistema de busca ativado.
Mas como ativar o sistema de buscas?
Oferecer ambientes ricos em estímulos para a brincadeira
exploratória e criativa Lugares para explorar, amigos e brinquedos criativos
e imaginativos. Não é preciso gastar dinheiro. Brincar com água no jardim pode
ser suficiente para estimular uma criança pequena. Um estudo recente com um grupo
de ratos mostrou que um entorno rico de tubos para subir, rodas para correr,
alimentos variados e muitos contatos sociais provocaram um aumento de
cinquenta mil neurônios a mais em cada lado do hipocampo (um
dos mais importantes centros cerebrais para a memória e o aprendizado), em
apenas dois meses de experiência.
Fugir da rotina – Fazer sempre as mesmas coisas torna o
cérebro preguiçoso. É preciso despertar a imaginação. Brincar bastante com
outras crianças em vez de confiar o entretenimento à tv. Pode ser necessário
que os pais ajudem a começar a brincadeira. Mas depois que ensinar como brincar
com novos objetos, o sistema de busca será ativado e é preciso deixar que a
criança explore sozinha o caminho.
Construir uma casinha Com cadeiras e lençóis e encher de
brinquedos.
Ajudar a criança a pegar e brincar com objetos da natureza
Folhas, flores, areia e água. Brincar na chuva.
Construir um mundo de fantasia Usando coisas como
carrinhos de brinquedo, uma bacia que sirva de barco e um regador para simular
a chuva.
Passear no campo – Permitir que se suje com terra, na água e
na grama. Construir um dique em um córrego, fazer uma ponte com pedras ou
construir
barquinhos de folhas e gravetos.
Escolher os brinquedos certos Alguns brinquedos ativam
fortemente o sistema de busca das crianças porque captam sua imaginação e abrem
as portas da brincadeira. Isso permite que a criança desenvolva uma ideia
livremente.
Ir a lugares que estimulem a imaginação Zoológico, uma
loja de doces, um circo ou uma casa de bonecas. Nesses lugares começam a
“acontecer” coisas que estimulam o desenvolvimento de ideias criativas.
Proporcionar atividades artísticas – É preciso deixar a
criança experimentar em vez de insistir que desenhe uma figura determinada.
Apesar dos livrinhos de colorir serem divertidos, não deixam livre a
imaginação, como fazem as atividades artísticas espontâneas.
Geralmente, os pais se maravilham com a criatividade das
crianças quando se ativa o sistema de busca do seu cérebro, como afirma Margot
Sunderland. Ela adverte, no entanto, que uma vez despertado o interesse, é
preciso evitar tomar as rédeas e querer conduzir a brincadeira. Os pais, na
opinião dela, devem se retirar para permitir que as crianças aflorem suas
ideias e criatividade. Seguilos em vez de conduzilos. Segundo ela, o esforço
dos pais para ativar o sistema de busca de uma criança em idade préescolar
sedimenta uma importante capacidade de exploração, dedicação, curiosidade e fé
em si mesmo.
E é assim que se criam o amor pelo conhecimento e a vontade
de aprender.
A autora cita ainda no livro que alguns centros escolares da
Finlândia começam a ensinar a ler muito mais tarde que em muitos países do
resto da Europa, dando aos alunos mais tempo para aprender com jogos. As
crianças ficam atrasadas na iniciação à leitura em comparação com alunos da
mesma idade do resto da Europa, mas quando chegam à adolescência ultrapassam em
muito o nível de conhecimento. Isso, defende Sunderland, devese aos anos extra
de brincadeira livre e exploradora, que conduz a um sistema de busca mais ativo
e resulta num apetite maior de conhecimento.
Texto produzido com base no artigo sobre o livro The Science
of Parenting – Margot Sunderland, 2008 Tradução: Bel KockAllaman, publicado
na comunidade Soluções para noites sem choro, Grupo de apoio à famílias
usuárias do LIVRO “Soluções para noites sem choro” (original inglês The nocry
sleep solution) de Elizabeth Pantley Facebook
Fonte: http://www.direitosdacrianca.org.br/
As imagens são de Portinari.
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